Seis dos 15 locais pesquisados pela Pesquisa Industrial Mensal (PIM) Regional, do IBGE, registraram crescimento da produção industrial entre março e abril de 2025, mês em que o índice nacional variou 0,1%. Pernambuco se destacou com um avanço de 31,3%, o maior da série histórica. Outros estados com crescimento acima da média nacional foram Região Nordeste (7,2%), Goiás (4,6%) e Bahia (0,5%).
Quarto mês seguido de crescimento, apesar da desaceleração
Segundo Bernardo Almeida, analista da pesquisa, a produção industrial mantém-se no campo positivo pelo quarto mês consecutivo, acumulando alta de 1,5%. No entanto, há sinais de desaceleração. Fatores como juros altos, inflação nos alimentos e queda nos investimentos afetam a confiança e a atividade industrial. O cenário econômico incerto, tanto nacional quanto internacional, também contribui para limitar o crescimento.
Pernambuco lidera com retomada da produção
O resultado de Pernambuco (31,3%) se deu após uma retração de 10,1% em março. A recuperação foi impulsionada pelo retorno de unidades produtivas paralisadas e pelo desempenho dos setores de derivados de petróleo, veículos automotores e produtos químicos.
Outros estados que se destacaram positivamente foram a Região Nordeste (7,2%), Goiás (4,6%) e Bahia (0,5%). Já São Paulo, principal parque industrial do país, teve a maior influência negativa (-1,7%), devido à queda nos setores extrativo, químico e farmacêutico.
Quedas expressivas em Ceará e Espírito Santo
Ceará (-3,9%) e Espírito Santo (-3,5%) tiveram os piores desempenhos em abril. O Ceará reverteu o crescimento de março (2,8%) com retrações nos setores de produtos químicos, calçados e materiais elétricos. No Espírito Santo, os setores extrativo e de metalurgia puxaram a queda após dois meses de alta acumulada de 7,4%.
Outras quedas foram observadas no Rio de Janeiro (-1,9%), Mato Grosso (-1,4%), Amazonas (-1,3%), Pará (-0,8%), Minas Gerais (-0,3%) e Paraná (-0,1%).
Produção recua em 11 dos 18 locais em relação a abril de 2024
Na comparação com abril de 2024, a produção industrial caiu 0,3% nacionalmente, com recuo em 11 das 18 localidades pesquisadas. O Rio Grande do Norte (-12,9%) teve a maior queda, afetado pelo desempenho negativo do setor de derivados do petróleo.
Também apresentaram quedas relevantes:
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Mato Grosso do Sul (-9,0%)
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Rio Grande do Sul (-7,1%)
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São Paulo (-5,3%)
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Ceará (-5,3%)
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Espírito Santo (-5,1%)
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Pernambuco (-3,4%)
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Mato Grosso (-2,9%)
Já Pará (27,3%) liderou os avanços, impulsionado pelas indústrias extrativas, seguido de Goiás (4,6%), Amazonas (3,7%), Rio de Janeiro (3,3%), Bahia (3,3%), Santa Catarina (0,5%) e Região Nordeste (0,2%).
Acumulado de 12 meses segue positivo, mas ritmo desacelera
O índice acumulado dos últimos 12 meses cresceu 2,4%, mas com perda de ritmo frente aos meses anteriores (março: 3,1%; fevereiro: 2,6%; janeiro: 2,9%). Das 18 localidades, 12 apresentaram crescimento. No entanto, 16 mostraram menor dinamismo do que em março.
As principais perdas foram registradas por:
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Rio Grande do Norte (-6,6%)
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Rio Grande do Sul (-1,3%)
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Santa Catarina (7,4%)
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Ceará (3,8%)
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São Paulo (1,5%)
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Pernambuco (-1,6%)
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Mato Grosso do Sul (1,7%)
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Espírito Santo (-5,2%)
Em contrapartida, Pará (9,0%) e Bahia (3,1%) apresentaram os maiores ganhos no comparativo entre abril e março de 2025.
Fonte: IBGE