A estiagem e seus estragos na safra do ano passado deixaram marcas também no seguro rural. No acumulado até novembro, foram pagos R$ 4,1 bilhões em indenizações, enquanto que em 2020 todo o montante chegou a R$ 2,5 bilhões. Somados os dados do último mês do ano, os números certamente crescerão. E o fenômeno tende a continuar neste início de 2022.
O Valor apurou que, só na última quinzena de dezembro, o número de avisos de sinistros recebidos pelas seguradoras superou 10 mil – mais do que em qualquer um dos meses de janeiro a novembro. Como a seca prejudica a soja e o milho na Região Sul, o valor das perdas em análise ultrapassou R$ 600 milhões nas duas semanas. Mais de 80 mil apólices foram feitas para esses grãos na safra 21/22.
Em meados do ano passado, a sinistralidade do seguro rural chegou, em geral, a 200%. No caso do café, o índice superou 300%. “No geral, para cada real contratado de seguro, foram indenizados R$ 2 ou mais. Houve perdas bastante grandes nas seguradoras”, diz Joaquim Neto, presidente da Comissão de Seguro Rural da Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg).
Na Newe Seguros, 100% das 8,5 mil apólices de seguro rural do inverno foram acionadas e grande parte delas gerou sinistros acima de R$ 500 mil. “Foi catastrófico”, diz o vice-presidente, Rodrigo Motroni. “Foi uma operação de guerra. Tivemos que dobrar o número de peritos para atender aos chamados.”
Fonte: Valor Econômico
